quinta-feira, 5 de março de 2009

Ciro Gomes aponta saídas para a crise econômica

Ao propor a adoção pelo Brasil do que chamou de economia política para enfrentar a crise internacional e voltar a crescer, o deputado Ciro Gomes defendeu uma maior presença do Estado na economia e um pacto estratégico entre o Governo, o empresariado e a sociedade organizada para atuar em três frentes: a formação de megaempreendimentos industriais, com vistas à produção em escala e a diminuição dos custos unitários de bens e serviços; o investimento maciço em inovação tecnológica e qualificação dos recursos humanos; o desenvolvimento econômico impulsionado pela poupança interna. Em sua exposição, no seminário A Crise Econômica: Oportunidades para um Novo Modelo de Desenvolvimento, promovido pela Liderança do PSB, o parlamentar afirmou que o Banco Central cometeu um enorme erro ao promover três aumentos consecutivos da taxa básica de juros, no ano passado, quando os bancos centrais dos demais países atuavam em sentido oposto. Além disso, a liberação dos compulsórios dos bancos foi feita sem a exigência de nenhuma contrapartida. Ciro criticou também os grandes bancos, que segundo ele “erraram ao trancar o crédito sem qualquer razão objetiva, numa postura absurda, somente explicável em função da forte oligopolização do setor financeiro do país. Oportunidade - Ciro Gomes, que foi ministro da Fazenda no governo de Itamar Franco e ministro da Integração Nacional no primeiro mandato do governo Lula, ressaltou que o tempo de crise é também um período de oportunidade. “Inclusive a oportunidade de pensar uma outra forma de crescimento do país”, disse, advertindo que cabe às esquerdas, diante da falência incontestável do modelo neoliberal, apontar caminhos que conjuguem desenvolvimento com o bem-estar da população. Como exemplo, o ex-governador do Ceará citou a velocidade com que o país ganha em produtividade, trocando gente por máquina nos setores produtivos, causando, ao mesmo tempo, desemprego em massa. “Do ponto de vista da economia política que nós, socialistas, defendemos, isso provoca um efeito humano grave que é o desemprego, especialmente do trabalhador de menor qualificação”, advertiu. Assim, para ele, ou o Produto Interno Bruto do país cresce a uma taxa mínima anual de 5% ou não dispõe de condições para absorver os jovens que ingressam no mercado de trabalho nem de reinserir os contingentes dispensados por força dos processos de automatização, informatização e robotização da produção. Para Ciro Gomes, “o que efetivamente se globalizou no mundo foi um certo padrão de consumo e não a riqueza e as oportunidades”. As condições não são globais”, alertou, ao defender um outro paradigma para o desenvolvimento. “Se a China produzir dois carros para cada três pessoas, como é o padrão nos EUA, a humanidade morre”, alertou. Apoio a Lula - Ciro Gomes fez questão de ressaltar que é graças ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o país não vai quebrar, como aconteceu em todas as crises internacionais, nos últimos 150 anos. “É possível afirmar hoje que o sistema financeiro norte-americano – epicentro do sistema financeiro mundial – está quebrado”, afirmou Ciro, ao atribuir ao goveno Lula o mérito de ter invertido a lógica do modelo neoliberal, implantada no país durante os 8 anos do governo Fernando Henrique Cardoso. Segundo o deputado do PSB, a transformação do déficit brutal nas transações correntes – de US$ 180 bilhões no final do Governo FHC – em superávit de US$ 43,5 bilhões, em 2006. A construção de uma reserva cambial de US$ 200 bilhões, a maior da história, e o pagamento integral da dívida de longuíssima data com o FMI, entre outras medidas saneadoras, impediram que o Brasil fosse arrastado para o fundo da crise. Estavam presentes no debate o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, o primeiro secretário Nacional da legenda e presidente da Fundação João Mangabeira (FJM), Carlos Siqueira, o Líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg, os deputados federais, Márcio França (PSB-SP), Beto Albuquerque (PSB-RS), Aldo Rebelo (PCdoB), o senador Renato Casagrande (PSB), o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, além de vários deputados que compõem o Bloco de Esquerda.

Fonte: ASCOM PSB/DISTRITO FEDERAL

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